As crises de pânico são intensas crises de ansiedade ou medo, nas quais ocorre importante descarga do sistema nervoso autonômo, produzindo sintomas como: taquicardia, sudorese, tremores, dispnéia, náuseas, fogachos, formigamentos em membros e/ou lábios.
Nas crises intensas, o indivíduo pode experimentar diversos graus de despersonalização, com sensação de a cabeça ficar leve, de o corpo ficar estranho, sensação de perda do controle, auto-estranhamento e, também de desrealização (sensação de que o ambiente está estranho, não-familiar). Além disso, ocorre com freqüência, nessas crises, um medo importante de ter um infarto, de morrer e/ou enlouquecer. As crises são de início abrupto (chegam a um pico em 5 a 10 minutos) e de curta duração (geralmente menos de uma hora). São geralmente desencadeadas por determinadas condições como: aglomerados de pessoas, túneis ou congestionamentos, situações de ameça, etc.
Denomina-se o quadro de Síndrome do Pânico, caso as crises sejam recorrentes, com desenvolvimento de medo de ter novas crises, preocupações sobre possíveis implicações da crise (perder o controle, ter um ataque cardíaco ou enlouquecer), além de sofrimento subjetivo significativo.
O transtorno de pânico pode vir acompanhado de agorafobia (vide acima)(especialmente locais de onde uma saída rápida seria difícil em caso de ocorrer um ataque de pânico.
A ocorrência de um ataque de pânico não indica, por si só, um diagnóstico de Transtorno ou Síndrome do Pânico. A avaliação de um profissional da saúde mental (psicólogo, psiquiatra) é importante e fundamental para tal diagnóstico. O uso de medicações específicas pode ser necessário para um melhor controle das crises ansiosas e o acompanhamento psicoterapêutico para melhora da autopercepção, identificação e elaboração de possíveis gatilhos disparadores das crises, e melhora da autoconfiança para lidar com o momento da crise.
Fonte:
Trinca, W. Fobia e fânico em psicanálise. São Paulo: Vetor, 1997. Dalgalarrondo, P. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais, Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.
Filme sugerido: Máfia no Divã (Analyze this), 1999. Sinopse: Mafioso à beira de um ataque de nervos decide fazer terapia antes que os outros mafiosos de Nova York descubram que está passando por problemas emocionais.
Escrito por Cíntia Cazangi
Psicóloga clínica, institucional e psicoterapeuta, formada e pós-graduada pela UNESP/SP e Santa Casa de Misericórdia/SP, especializanda em Psicossomática Psicanalítica pelo Instituto Sedes Sapientiae. 10 anos de experiência no atendimento a adultos, adolescentes, idosos, crianças, orientação de pais e profissional.