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Foto do escritorCíntia Cazangi

O Transtorno Bipolar e suas Faces


Transtorno bipolar
Todos nós a partir de situações que vivenciamos, acabamos tendo algum tipo de alteração e/ou oscilação de humor, o transtorno bipolar é bem mais complexo do que isso, caracteriza-se por dois ou mais episódios nos quais o humor e o nível de atividade do sujeito estão profundamente perturbados por alterações, com recorrência de episódios depressivos (leves a graves) intercalados com períodos de normalidade e de fases maníacas (euforia) ao longo da vida.

Este distúrbio consiste, em algumas ocasiões, em uma elevação do humor e aumento da energia e da atividade (hipomania ou mania). E, em outras, de um rebaixamento do humor e de redução da energia e da atividade (depressão). Pacientes que sofrem somente de episódios repetidos de hipomania ou mania são classificados como bipolares. A mudança de comportamento de euforia para depressão, ou vice-versa, é súbita, e o indivíduo pode não perceber esta alteração ou atribuí-la a algum fator do momento, pois o senso crítico e a capacidade de avaliação objetiva das situações ficam prejudicados ou ausentes.

Quadro clínico
Depressão
oscilações de humor
Nos episódios de depressão (leve, moderada ou grave), a pessoa apresenta, durante um período mínimo de duas semanas, rebaixamento do humor, redução da energia e diminuição da atividade. Caracteriza-se por uma multiplicidade de sintomas, leia mais.

O episódio, apresentado durante um período mínimo de duas semanas, deve ser acompanhado por sofrimento ou prejuízo clinicamente significativo para o funcionamento social, profissional ou de outras áreas importantes da vida do indivíduo. Para algumas pessoas com episódios mais leves, o funcionamento pode parecer normal, mas exige um esforço acentuadamente aumentado.

Pode-se observar um humor irritável ou rabugento, em vez de um humor triste ou abatido. Esta apresentação deve ser diferenciada da de um padrão de "criança mimada", que se irrita quando é frustrada.

Mania
A mania afeta o humor e as funções vegetativas (sono, cognição, psicomotricidade e nível de energia). A euforia, ou alegria patológica, constitui a base dos episódios maníacos. Podem-se observar, de maneira geral, os seguintes sinais e sintomas:

  • Aumento da autoestima: a pessoa sente-se superior, melhor, mais potente...,

  • Elação: sentimento de engrandecimento do eu, expansão,

  • Insônia: associada à sensação de diminuição da necessidade de sono,

  • Logorreia: produção verbal rápida, fluente e persistente,

  • Pressão para falar: tendência a falar sem parar,

  • Distração,

  • Agitação psicomotora,

  • Irritabilidade: desde leve irritabilidade até franca agressividade,

  • Arrogância,

  • Desinibição social e sexual: levando a comportamentos inadequados,

  • Tendência exagerada a comprar objetos ou a dar seus pertences,

  • Ideias de grandeza, de poder, de importância social,

  • Delírios de grandeza ou de poder,

  • Alucinações: geralmente auditivas, com conteúdo de grandeza.

Hipomania
A hipomania é um estado semelhante à mania, porém mais leve e que, muitas vezes, passa despercebido e não recebe atenção médica. Em geral é breve, durando menos de uma semana. Há mudança no humor habitual para euforia ou irritabilidade, reconhecida por outros, além de hiperatividade, tagarelice, diminuição da necessidade de sono e aumento da sociabilidade, da atividade física, da iniciativa, de atividades prazerosas, da libido, do sexo e da impaciência.
O prejuízo não é tão intenso quanto o da mania. O indivíduo está mais disposto que o normal, fala muito, conta piadas, faz muitos planos, não se ressente com as dificuldades e limites da vida. A hipomania não se apresenta com sintomas psicóticos nem requer hospitalização. Os estados patológicos de elação (elevação) de humor são acompanhados de vários graus de sintomas depressivos e prejuízos funcionais.

Tratamento

O transtorno bipolar pode ser tratado adequadamente com várias classes de medicações. Entretanto, o curso do transtorno bipolar é, frequentemente, caracterizado por sintomas crônicos e altos índices de recaídas. A avaliação de um profissional da saúde mental para a identificação e tratamento adequado se faz necessária.

A psicoterapia no tratamento do transtorno bipolar tem como objetivos o aumento da adesão ao tratamento, a redução dos sintomas residuais, a prevenção das recaídas/recorrências, aumentar o funcionamento social e ocupacional do paciente, elevar a capacidade de manejar situações estressantes em suas vidas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes e de seus familiares.

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euforia depressão
Fontes

CID - 10 - Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde. 10ª Revisão.

KNAPP, P.; ISOLAN, L. Abordagens psicoterápicas no transtorno bipolar. Rev. Psiq. Clín. 32, supl. 1; 98-104, 2005.

MORENO, R.A.; MORENO, D.H.; RATZKE, R. Diagnóstico, tratamento e prevenção da mania e da hipomania no transtorno bipolar. Rev. Psiq. Clín. 32, supl. 1; 39-48, 2005.

DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais, Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.

Filme sugerido: Mr. Jones (“Mr. Jones”), 1993
Transtorno Bipolar

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Filme sugerido: O Lado Bom Da Vida ("Silver Linings Playbook"), 2013

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Escrito por Cíntia Cazangi

Psicóloga clínica, institucional e psicoterapeuta, formada e pós-graduada pela UNESP/SP e Santa Casa de Misericórdia/SP, especializanda em Psicossomática Psicanalítica pelo Instituto Sedes Sapientiae. 10 anos de experiência no atendimento a adultos, adolescentes, idosos, crianças, orientação de pais e profissional.

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